Capitulo 6 - 1952 a 1955

      Nesse ano, o Brasil não era mais aquele de 1945. Tudo estava mais fácil, não tinham boas rodovias, mas, Iporá já era servida com linha de avião e estava se preparando para receber a primeira corrida de ônibus.
      Depois dos preparativos, a primeira parte da viagem de Iporá a Goiânia foi de avião, empresa de aviação “TRANSPORTES AÉREAOS NACIONAL LTDA”. Operava com os aviões DC-3 que transportava trinta e um passageiros, mais a tripulação. Era necessário fazer reservas e torcer para ter vagas suficientes. Ele vinha de Campo Grande passando por Cuiabá, Torixoréu, Aragarças, Baliza e Iporá com o destino até Goiânia, onde pernoitava.
      De Goiânia a Araguari-Mg, a viagem foi de Trem de Ferro. O restante até Carmo do Paranaíba de ônibus. A viagem não era direta, sendo feitas algumas baldeações, mas já era feita em três dias.
      Quando chegaram, foi muita choradeira, a emoção foi muito grande, tanto para eles que estavam  recebendo os familiares como João Firmino e sua família que estavam chegando.
      Chegando de surpresa, eles já estavam morando na Cidade do Carmo. Naquela época, só se comunicava por carta ou telegrama, ainda não dispunha de telefone. Ficaram todo mês de julho.
       Na hora de voltar foi outra choradeira. Voltaram de ônibus até Araguari, e de Trem de Ferro até Goiânia e de Goiânia a Iporá foi de ônibus, que estava iniciando suas corridas naquele mês.
      Continuaram morando na cidade de Iporá até final de 1952, quando retornaram para a fazenda. Estava muito difícil para todos. João Firmino só contava com ajuda de um auxiliar na fazenda o Pedro Martins, Sebastiana com os filhos na cidade. O casal preocupava muito com os estudos das crianças, mas teria que dar outro jeito.
      Resolveram mandar os dois filhos mais velhos, Aldo e Madalena, para estudarem em um colégio interno. Colégio da Congregação Salesiano em Araguaiána-Mt. La já estava estudando alguns jovens de Israelândia o Altair,  o Adejair, o Deijão, netos do Mestre Osório, João Claudio filho do Sr. Melquides, Antonio Claudio, João CaitanoTeles,  filho do Sr Odorico e outros moradores de Israelândia.
     A viagem era feita de acavalo com duração de dois dias e meio. Tendo dois ribeirões que algumas vezes teria de ser atravessado em canoas e os animais de nado. Mesmo com algumas dificuldades, a viagem era emocionante, vários cavaleiros com o mesmo objetivo, levarem os filhos para o colégio. Para alimentação na viagem, levava matulas que tinham paçocas feitas no pilão, queijos, rapaduras, biscoitos. As matulas eram acondicionadas em sacos e latas.
   À noite, dormiam em redes, nos paióis ou em varandas das fazendas à beira da estrada. Já tendo os lugares certos para pousos. Para as crianças, era uma diversão, e para os adultos, um trabalho penoso.
Este trajeto era feito em fevereiro e novembro. Fevereiro era o inicio das aulas no dia 24 de novembro de cada ano, chegavam às férias, era muita festa para todos retornando as suas casas e só voltando no final de fevereiro do ano seguinte. Foi do primeiro ao quarto ano primário. Período de 1953 a 1956.
   Com o retorno de Sebastiana com os filhos menores para a fazenda, foi muito importante para todos. A alegria voltou a  reinar na fazenda, uma melhora em tudo. Somente a ausência de Aldo e Madalena é que lhes deixava um pouco angustiados, mas sendo eles sabedores de que não precisa preocupar, o colégios tinha todo o conforto de que as crianças necessitavam.
   Eles não estavam sós também, três filhos de José Firmino: “Joãozinho, Jair e José Lourenço” e, vários outros primos da parte da primeira esposa de José Firmino, “filhos do Profiro, Revalino, Gerson e Divino Pereira, todos moradores na região de Córrego do Ouro - Go.” também outros de Iporá, e os de Israelandia e também de Jaupaci, o colégio era muito bom. Ex-aluno deste colégio chegou a ocupar vários cargos importantes no governo municipal e estadual delegado juiz de direito, escrivão de policia no Brasil chegando ate a Governador do estado de Mato Grosso.
  Em 02 de outubro de 1953, nasce o sétimo filho do casal, uma menina, Dalva Maria.




  Em 11 de março de 1955, nasce o oitavo filho do casal, José Maria, porém, quando ainda pequenino, foi acometido por “desidratação”, doença esta que o levou para junto de sua outra irmã, no oriente eterno.
   Entretanto, apesar de alguns tropeços na vida do casal João Firmino e Sebastiana, continuaram sempre trabalhando e dando exemplos de luta para os filhos e todos os amigos que os cercavam.

Helena, Dalva e Joãozinho.  1955