Capitulo 4 - 1943 a 1945

    Chegando a cidade uma grande quantidade de famílias e a cidade se iniciando o chefe politico da cidade Israel de Amorim, foi até eles e todos que poderiam adquirir suas terras ele lhes vendeu. Os que não compraram foram morar nas terras dos que comparam.
    Todos foram muito bem sucedidos com a mudança para Itajubá. José Firmino e Divina conseguiram uma boa fazenda, construíram uma casa com todas as benfeitorias de uma fazenda com engenho de moer cana para fazer rapaduras e açúcar. João Firmino e Sebastiana ficaram morando na fazenda de Antônio Galvão.
    Em 1944 José Firmino sempre preocupado com o bem-estar e a felicidade da família lhe fez um segundo convite. Para João Firmino ir morar em suas terras na  fazenda de Córrego Seco. O convite foi aceito, na nova moradia João Firmino poderia criar cabeças de gato, alguns porcos, galinhas e também seu animal de montaria.
    Em julho de 1945, graças ao trabalho do casal João e Sebastiana e a ajuda de todos, principalmente de seu irmão José Firmino a situação financeira já estava boa.

    Itajubá já era uma cidade com vários moradores, produzia todo tipo de mantimento, seus habitantes eram oriundos de vários estados. Além do garimpo em nossos rios, Rio Claro, Pilões e Caiapó não poderemos deixar de mencionar as fazendas que produziam de tudo na pecuária, como a criação de gado e de tudo que era possível de ser criado e produzido na fazenda. Tudo que produzia era retirado pelos carros de bois, por tropas. Mesmo não tendo estrada própria para caminhões, no período de colheitas já estava surgindo alguns que passavam por estradas carreiras e de tropeiros.

    A saudade de todos os familiares era muito grande pelos que tinham ficado em Minas Gerais. João Firmino sentia muita saudades de seus pais Firmino e Maria e Sebastiana sentia muita saudades de seus irmãos, e queria levar seus filhos Aldo e Madalena para que todos pudessem conhecê-los. Resolveram fazer a viagem para Carmo do Paranaíba.
    Depois de colherem as roças, guardarem os mantimentos chegou o dia tão esperado da viagem. Não tendo jardineira, (ônibus) que só veio a ter a partir de 1952. De Itajubá a Goiânia, este percurso só podia ser feito a cavalo. Ou por caminhões que estavam transportando cereais. Para conseguir uma vaga, teria que ser por cima das cargas.
Para eles, com criança de quatro e dois anos, viajar em cima da carga, passando por estradas, carreiras e com muitas irregularidades seria impossível.

    O trajeto teria que ser a cavalo até Goiânia, sendo uma viagem um pouco demorada, porém mais segura.
     Foi uma viagem boa. A bagagem colocada em sacos atrelados, amarrados, junto à montaria, as crianças no colo. Sebastiana andava em uma montaria por nome de sião, a qual era usada apenas por mulheres.

     Chegando a Nazário, distante 60 km de Goiânia, encontrou um caminhoneiro que prontificou a lhes dar carona o restante da viagem ate Goiânia.
      Os cavalos foram enviados para a fazenda de um mineiro conhecido por José Velho. A viagem continuando de caminhão. Sebastiana e as crianças foram na boléia, junto com o motorista.  João Firmino seguiu na carroceria junto com outros passageiros sobre as cargas.
      Chegando a Goiânia, a viagem até Araguarí-Mg foi de Trem de Ferro. De Araguari a Monte de Carmelo, teria que ser de Jardineira, mas não era todos os dias que tinham corrida. Então, tiveram que seguir de caminhão. Chegando a Monte de Carmelo-MG para continuar a viagem até Patrocínio, pegaram novamente um Trem de Ferro. Ao chegar a Patrocínio, João Firmino ficou sabendo que lá estava uma professora com uns alunos em passeio. Era sua ex-professora lá do Carmo do Paranaíba, que estava com estes alunos e retornaria no mesmo dia.
      Após ficar sabendo da chegada de seu ex-aluno com mulher e filhos que também estava indo para o Carmo do Paranaíba, a professora tratou de conseguir vagas na Jardineira, uma vez que não havia mais corridas neste dia. Quando chegaram à Carmo do Paranaíba já era quase noite, o destino final era a fazenda de seu pai distante três léguas da cidade, a Fazenda Fradiques, onde eles moravam e também tinha criado todos os filhos.
    Saiu à procura de um carro para fazer a viagem até lá. Encontrou um conhecido da família que logo se prontificou a levá-los, entretanto, um pouco antes da chegada, faltando uns poucos kms o carro deu defeito e tiveram que continuar a pé, carregando as crianças e os sacos com as roupas. Neste percurso, encontraram com velhos amigos de infância que prontificaram a eles ajudar no restante do percurso. Neste momento, ficaram sabendo que na casa do Firmino acontecia uma festa, o seu filho Francisco (Chico), que tinha sido convocado para ir à guerra, tinha voltado.